Naquela tarde fria de Agosto, durante o café da tarde, me peguei pensando em você. Ou melhor, pensando em nós. Mas, espera aí, que "nós"? Havia me esquecido de que tudo aquilo existiu só em minha mente. O único sentimento envolvido era o meu, mas da mesma forma, me questionava o porquê de ser assim. Talvez, simplesmente, não era pra ser. Quase foi. Não dá pra falar que não deu certo porque nem tentamos. Nunca falava sobre isso contigo porque você não é assim. Se tornou frio com as tempestades de gelo que a vida oferece. Cê apenas se esqueceu de que todos nós, alguma vez da vida, passamos por isso. E não tem problema nenhum em falar o que sente. A vida está me ensinando que nem tudo sai como planejado.
Pensando bem, se tudo fosse da forma como queremos, não teria graça nenhuma. Pode acontecer de Deus reservar pra gente algo bem melhor do que esperamos. O café estava quente, e enquanto eu o soprava, no mesmo instante, as lembranças vinham à tona em minha mente. Ah, que tortura! Aquele sorriso bobo, aquele seu jeito idiota que me fazia sorrir, os olhares que trocávamos...Você não os via da mesma forma que eu. E, cara, como dói. Dói quando o sentimento não é recíproco, dói quando você imagina o que poderia ter sido e dói mais ainda quando cai a ficha de que tudo não passou de uma ilusão. Como pode, eu, uma garota tão decidida, ter caído nessa farsa? O amor é a minha kryptonita, com ele sou vulnerável demais.
Comecei a observar a paisagem. O vento entre as árvores soprando sobre meu rosto, como se fosse um beijo. Rá, ganhei um beijinho do vento! Eu ri. Isso me acalmou, e de repente, aqueles pensamentos sumiram. Já não não estava pensando em você e meu coração e estava em paz. Depois de tanto tempo na tempestade, aquele beijinho me fez perceber que mesmo com esses amores frustados, tudo vai ficar bem no final. E de uma forma tão simples, tão serena, que quase não acreditei. Respirei fundo e deixei a brisa me envolver. Lá estava eu, curtindo aquele momento que poderia ser eterno. E o melhor de tudo: sem você fazendo parte dele.
Não chame de perda o que Deus chama de livramento!
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